Uma audiência pública foi convocada pela Câmara de Vereadores de Santo Antônio das Missões após receber um abaixo assinado da comunidade, com reclamações sobre uso de agrotóxicos nas proximidades das residências.
O evento foi realizado no entardecer da terça-feira, dia 13 e contou com grande participação da classe produtora, agricultores familiares, Escola Achilino de Santis, empresas do ramo e entidades como Emater e Sindicatos.
Na mesa de autoridade estava Marco Aurélio Pileco, engenheiro agrônomo da Coopatrigo e membro da Arpa, que em seu pronunciamento na tribuna falou sobre a legislação que configura a tecnologia de aplicação, bem como, da importância de assistência técnica para que os produtores do município e da região usem os produtos conforme recomendações agronômicas.
Ele falou também sobre o contrabando de agrotóxicos e o usos desses produtos ilegais, bem como propôs a Secretaria Municipal de Agricultura realizar ações voltadas as recomendação quanto ao uso de agrotóxicos que gerem menos impacto.
Flávio Bonato, extensionista rural da Emater, disse ter consciência que a região ser consumista de agrotóxicos é realidade, considerando fatores como a alta produção em monoculturas e trouxe dados de uma pesquisa onde o agrotóxicos são uma das principais causas de câncer na região.
O extensionista também informou que a Emater trabalha na busca por implantações da produção orgânica, no sentido de diminuir o uso de produtos químicos que geram impactos ao meio ambiente e para a saúde da população. Citou recomendações agronômicas, que podem amenizar os impactos, como por exemplo, o horário de aplicação, vento, entre outras e pediu para os produtores estarem atentos as mesmas.
Alex Barcelos Robalos, fiscal da Secretaria Municipal de Agricultura disse receber algumas reclamações da comunidade e que compreende que o uso de agrotóxicos não é bom para a saúde da população, mas também, ponderou que não se pode impedir o uso considerando que a agricultura necessita da aplicação destes produtos para que se tenha uma produção, caso não fosse usado prejudicaria as produções agrícolas, que hoje são responsáveis pela maior parte da arrecadação do município.
Ele também pediu aos produtores e empresas que tenham consciência com relação as recomendações técnicas, solicitando o uso adequado e legalizado.
Durante a audiência produtores, representantes de entidades e empresas se manifestaram expressando suas opiniões e os encaminhamentos dados deste encontro é de que a Secretaria de Agricultura busque realizar um acompanhamento mais aproximado com os produtores e oriente sobre uso de produtos de menor impactos e que as empresas que comercializem os produtos disponibilizem as recomendações de uso.
OBS.: Mais informações você confere na edição do Jornal Fronteira Missões do próximo sábado.
Por Jéssica Ourique
Fonte: Grupo Fronteira Missões